domingo, 30 de dezembro de 2012

A Máscara Invicta_Segunda parte


A Máscara Invicta

II Parte.
Por Eduardo Motta.
          O vento norte soprava suavemente. Em algumas épocas ele era um vento frio e veemente, mas, hoje não. Ele era calmo e reconfortante. Para alguém após uma longa caminhada ele seria neste momento como um eflúvio bem fazejo. Uma trégua ao calor que grossa em outras terras. Mas não. Não era paz que ele trazia. Havia um cheiro metálico e uma tristeza no ar. Era uma lufada lenta e pesada que oprimia toda a paisagem. Sobre o solo, corpos espalhados de homens, mulheres e crianças. Todos mortos.
        _Chegamos tarde. Falou uma voz feminina.
        _Ao que parece, sim. Concluiu uma segunda enquanto cobria com um manto o corpo de um jovem que jazia no chão.
        _ A cada tempo ele se torna mais violento. Disse a primeira enquanto cobria a seu turno, o corpo mutilado de uma mulher._A visão já não é tão boa quanto antes. Continuou ela.
        _Não devia se cansar tanto assim, minha irmã. Disse a outra enquanto verificava a respiração de um soldado, puxando-o para o seu colo. _Ele ainda vive! Exclamou ao mesmo tempo em que lhe dava algo para beber.
        Ária se aproximou. Já não tinha os cabelos dourados como a irmã ajoelhada à frente. A pele havia perdido o rosado da juventude. Da antiga semelhança entre as duas nada restava.
        Lorena levantou o olhar com a aproximação da irmã. Era triste vê-la andar com dificuldade. Havia envelhecido muito. Isso era o que mais doía nela. Mas, assim tinha de ser o preço da magia, o risco já havia sido calculado e cada uma aceitara sua parte. O que restava era seu forte, mesmo quando a força se escondia bem no fundo do coração da mulher, tão fundo que parecia não vir à tona nessa vida nunca mais.
        Ária sabia que aquele homem ali não sobreviveria a menos que fosse ajudado. Porem, como poderia? Se o curasse, talvez não pudesse dar um passo apenas e já se atrasaram por demais devido ao estado em que se encontrava. A cada dia perdido mais pessoas morreriam sem ter a mínima chance. Ela afastou se até sair do campo de visão da irmã e ali caiu num choro silencioso, porem doído. Já tinha passado por cinco vilarejos e em todos apenas a morte restava e sabia que muito em breve ela também faria parte da legião dos mortos.
        E foi com tristeza que o resto daquele dia e o seguinte passaram. E as duas irmãs seguiram rumo ao norte. E com elas ia o pequeno Ban, que havia se escondido no dia anterior. Ária sabia o que os esperava mais guardou em seu coração. Sabia que o sofrimento era inevitável, mas ninguém precisava sofrer antes do tempo.
                                                                                                ...Continua...!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Contos: A Máscara Invicta

Olá pessoal! Está é a primeira parte de um conto escrito por Eduardo Motta. Em breve postarei a continuação dessa estória que tem como plano de fundo o mundo de Eralfa. Boa leitura para todos!
Fabiano Enoque.


A Máscara Invicta

I Parte.
Por Eduardo Motta.
             Um lampejo corta o céu. Era dia, mas se fazia visível ao olhar. Do sul, aonde outrora vieram miríades de longos anos de guerra, ouvia se um grande ruído. Não de homens, mas de uma tempestade que se avizinhava das redondezas.
        Ao longe, o velho dragão olhava feroz. Seus pétreos olhos pareciam vigiar toda a paisagem, porem, é certo, nada viam. As sólidas asas como que tentando ganhar o céu, nada poderia fazer. Não se ergueria m um momento sequer apenas. Reza a lenda que numa época muito distante, vivia um dragão sobre as montanhas de Delráhvia. Só que um dia. Um poderoso bruxo o havia confinado na rocha e ali permaneceria por toda eternidade a velar sobre a paisagem. Mas os anos se passam e os velhos morrem e as crianças abandonam seus sonhos na medida em que crescem e não há mais quem conte as estórias e nenhum ouvido para ouvi-las então e as lendas vão ficando cada vez mais distantes dos homens.
        “Tudo nunca passou de um sonho!”. Disse uma voz de si para si mesmo. E acima, uma bandeira pendia dum azul desbotado pelo tempo. Outrora, símbolo de dignidade e poder, hoje arrancavam risos dissimulados e nada mais. O dragão dourado ao centro já não impunha respeito nem nas criancinhas de pouca idade.
        _Jovem mestre. Chamou uma voz perto a grande escadaria, único meio de si chegar à torre de vigia. _Teu pai, o duque, o aguarda.
        O jovem não volveu o olhar em direção àquela voz. Porem foi audível o seu longo suspiro.
        _Diga a ele que já vou. Disse mantendo o olhar fixo no velho pendão agitado pelo vento.
        _Não quero ser inconveniente... _Tornou a voz._... Mas ele pede que me acompanhe imediatamente.
        _Que seja! Exclamou displicentemente enquanto lançava um olhar frio para o velho homem junto à escada.
        O jovem seguiu em silencio escada abaixo acompanhado pelo homem mais velho. Era uma enorme espiral. Parecida com uma enorme serpente enroscada pelas laterais da torre. Depois de terminada a monótona descida, os dois entraram num enorme pátio e em seguida em uma porta a esquerda saindo num, salão mediano aonde um grupo se reunia cheio de excitação nas vozes.
        “_ Sei que parecem estórias de camponês senhor...” _ Disse um homem ao fundo da sala enquanto Dárien e o velho Makro entravam. “_... mas dois pastores e alguns animais já desapareceram. Achamos também sangue próximo ao velho poço.”
        “_Uma fera senhor! Uma terrível fera bradou uma mulher”. “_Já ouvimos falar dela. Dizem que dizimou todo um povoado e agora está aqui entre nós.”
        Havia muita tensão no ar. Várias pessoas falavam ao mesmo tempo enquanto o duque de cima do trono olhava desolado aquele burburinho a sua frente.
        _ Senhor meu pai, disse Dárien, mandaste chamar-me? Algo em que possa servi-lo? 
        A despeito de toda a formalidade, o duque notara certo descontentamento na voz de Darién, mas também mantendo o tom formal: _Sim, meu filho. Estes homens trazem notícias de que uma fera estaria atacando nossa boa gente. Como hábil caçador que és, gostaria de ouvir sua opinião sobre o caso.
        _ O que os soldados dizem meu pai?
        _ Lobos meu senhor! Disse um homem usando com uma cota de malha que trazia uma longa espada à cintura. _ Nada mais que lobos. E ademais, os dois pastores não passavam de bêbados, e isto não é segredo a ninguém.
        Se por um lado as pessoas simples viam no caso o ataque de uma terrível besta, que contavam boatos sobre vilas destruídas e coisas parecidas, o duque via apenas estórias de gente ignorante que tende a exagerar tudo e se deixam levar facilmente pelo maravilhoso.
        _E então Dárien, o que me diz?
        _ Bem meu pai, lobos ou algum outro animal é certo que não se sabe. Mas seria prudente investigar. Se o senhor me concedesse a honra...
        O duque não tencionou mandar ninguém para averiguar o caso. Principalmente seu filho, mas se negasse o pedido, ainda mais na frente daqueles que ali estavam, poderia ter menos apoio quando fosse preciso e assim aquiesceu.
        Foi acordado que Dárien levaria três homens consigo e partiriam pela manhã a fim de averiguar os fatos. E assim, na quarta hora do período de Fabus, aos primeiros raios de Álax, partiram pela velha estrada, rumo ao sul. Ao longe o antigo dragão se fazia ver magnífico enquanto a velha bandeira azul era agitada por um impetuoso vento norte.
        Dárien lembraria muitas vezes daquela cena, mormente nos tempos em que a escuridão tivesse apoderado de seu ser e tudo o que houvesse vivido fosse como um sonho desvanecendo dentro da realidade, porém os presságios são apenas para o futuro e o futuro ainda estava longe, ao menos daquele dia.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Raças em Eralfa

Elfos

Os elfos em eralfa são seres benevolentes para com os outros seres em geral, possuem grande beleza. Possuem o aspecto de jovens louros e belos e amam a luz. São conhecidos como filhos de Iévine.

Apesar de serem pacíficos, quando necessário, os elfos são bravos guerreiros, habilidosos com o arco e a espada curta. São seres de grande fé e conhecimento das ervas medicinais sendo por isso excelentes curandeiros. Os elfos possuem a habilidade natural de flutuarem no ar em uma altura de até seis metros, uma vez por dia. Eles não afundam na neve ou areia movediça por serem extremamente leves e possuem o sentido da audição aguçado.
Acredita-se que elfos não morrem por morte natural, mas, na verdade, eles apenas vivem muitos anos (Podem viver até dois mil anos, mas estes geralmente se isolam do resto do mundo).

ELFOS
Clima/ Terreno
Florestas Tropicais
Organização
Civilizada
Quantidade/ Encontro
1D8 - 1D4
Tendência
Bondosa
Tamanho
Médio (1,60m-1, 65m)
Frequência
Raro-comum
Habilidades raciais
Audição apurada, flutuar (uma vez por dia), Destreza alta.
Aprimoramentos obrigatórios
Pontos de fé: 2pts; Sentidos Aguçados (audição) 1pt.



Meio-Elfos
Quando os elfos desceram a terra dos homens e conheceram suas filhas, muitos geraram filhos. Esses filhos ficaram sendo conhecidos como Meio-elfos. Com orelhas pontudas como os elfos e olhos cor de mel, os meio-elfos são vistos com antipatia pela maioria dos homens. Contudo são naturalmente sedutores. Não flutuam como os elfos, mas podem correr longas distancias sem se cansarem.
Ao contrário dos elfos, não possuem afinidade com a fé e nem todos possuem uma tendência bondosa. A maioria adota uma atitude neutra diante de assuntos humanos ou élficos. 
Geralmente os meio-elfos se tornam excelentes ranger prestando serviços para humanos como guias nas florestas ou como caçadores.

MEIO-ELFOS
Clima/ Terreno
Florestas Tropicais
Organização
Solitária
Quantidade/ Encontro
1D2
Tendência
Neutra
Tamanho
Médio (1,60m-1, 65m)
Frequência
Raro
Habilidades raciais
Audição apurada, Agilidade alta.
Aprimoramentos obrigatórios
Sedução 1pt; Sentidos Aguçados (audição) 1pt.



Anões
Os anões são um povo trabalhador e guerreiro. Vivem em cavernas onde constroem grandes fortificações subterrâneas esculpidas na pedra. São excelentes mineradores e forjadores de armas. Possuem uma aversão por magias e por tudo que se diz respeito à Bël-Teâncun (provavelmente por causa da lenda sobre suas origens estarem vinculadas a uma maldição do deus). No escuro, enxergam até cinquenta metros de distancia.
Quando entram em uma guerra são unidos e resistentes. É comum serem vistos em grupos de combates atacando orcs ou trolls que estejam perto de suas cavernas. Contudo dificilmente se envolvem em guerras humanas.
Apesar de possuírem rostos severos,quando estão trabalhando em grupo costumam serem brincalhões e piadistas, mas, na presença de estranhos, permanecem sérios e de mal humor.
Os anões medem entre 1,30m e 1,50m de altura. São robustos com músculos bem definidos. A barba longa é motivo de orgulho entre eles e arrancá-la é a pior das humilhações. Vivem até duzentos e cinquenta anos de idade 

ANÕES 
Clima/ Terreno
Cavernas/Montanhas
Organização
Civilizada
Quantidade/ Encontro
1D2-1D6
Tendência     
Neutra/ Ordeira 
Tamanho
Pequeno-Médio (1,30m-1, 50m)
Frequência
Raro-Comum
Habilidades raciais
Visão aguçada no escuro, Imunidade a venenos, Constituição alta.
Aprimoramentos obrigatórios
Imunidade a venenos 1pt; Sentidos Aguçados (visão) 1pt.


Silberianos

Os silberianos são uma raça humanóide felina com uma leve camada de pelos por todo o corpo, sendo que em algumas partes esse pelo é mais concentrado. Possuem cauda e garras de felinos. As orelhas pontudas ouvem ruídos que passariam despercebidos e os olhos felinos enxergam no escuro (até trinta metros).
São chamados de os filhos de Omner. Vivem em moradias de madeiras construídas em cima de grandes árvores que os ajudam a camuflarem-se entre a mata. Formam vilas e cidades e possuem seus próprios esquemas de governo. É necessário um teste de percepção para localizarem sua presença, pois são bastante furtivos. Sobem muros ou arvores com bastante agilidade. São hábeis no manuseio de arco e flechas. Suas garras são afiadas como adagas dando lhes uma arma natural (um arranhão pode provocar 1D4 pontos de dano).
Dentre os silberianos existe uma classe de grande prestígio entre eles que são os responsáveis por cunhar moedas. Visto que a fabricação dessas moedas exige a manipulação de fogo e a grande maioria dos silberianos possui medo do fogo.

SILBERIANOS
Clima/ Terreno
Florestas
Organização
Civilizada
Quantidade/ Encontro
1D4-1D8
Tendência
Neutra/ Honrada
Tamanho
Médio (1,65m-1, 75m)
Frequência
Raro
Habilidades raciais
Audição apurada, Agilidade alta.
Visão aguçada no escuro, Garras afiadas.
Aprimoramentos obrigatórios
Presença Invisível 2pts; Sentidos Aguçados (audição e visão)2pts.
Medo de fogo -1pt (negativo).


Halflins
Os halflins eram chamados de pequenos de Iévine, até que surgiu a magia e corromperam muitos deles. Possuem semelhança com crianças humanas. Medem cerca de 1,30m, possuem pés peludos (somente os machos) e uma boa audição. Adoram festas e odeiam confusões, chegando a serem covardes. Vivem como camponeses e não são acostumados com estranhos. Podem viver até os noventa anos e os mais velhos geralmente são os lideres.
Os halflins praticam arremesso de dardos, sabem manusear bestas construídas na medida para eles, e são habilidosos espadachins (com espadas curtas).
Os halflins que se dedicaram a magia criaram uma tendência maldosa. Possuem uma mania de causar confusões e brincadeiras de mau gosto, mas dificilmente criam magias perigosas. Em geral são mais irritantes do que maldosos.

HALFLINS
Clima/ Terreno
Planícies campestres
Organização
Civilizada
Quantidade/ Encontro
1D8 - 1D4
Tendência
Bondosa/ou caótica (bruxos)
Tamanho
Pequeno-Médio (1,25m-1, 30m)
Freqüência
Raro-comum
Habilidades raciais
Audição apurada,
Aprimoramentos obrigatórios
Sentidos Aguçados (audição) 1pt.
Pontos de magia 2pts (bruxos).

Humanos
De todas as raças a mais complexa. Os humanos em eralfa são a raça predominante e vivem em média cem anos. Quando se embrenham no caminho da bruxaria esse valor cai pela metade. Possuem diversos aspectos físicos geralmente influenciados pelo clima da região de onde vivem. De todas as raças são os mais adaptáveis.
São filhos de Bël-Teâncun, mas não são necessariamente devotos do deus arrependido. Muitos seguem outros deuses ou até mesmo nenhum deus.

HUMANOS

Clima/ Terreno
Vários
Organização
Civilizada

Quantidade/ Encontro
Indefinida
Tendência
Indefinida
Tamanho
Médio (1,70m-2, 10m)
Frequência
Comum
Habilidades raciais
Indefinida
Aprimoramentos obrigatórios
Indefinido


Existem muitas outras raças, mas estas são as mais aconselháveis para jogadores. Raças como Kandors, Rocnares, Orcs entre outras devem ser utilizadas como NPC`s pelo mestre.